15/03/2015
A direita não sabe ir às ruas. Suar não é seu forte. Sente-se muito mais à vontade no ar refrigerado das praças de alimentação nos grandes shoppings ou nos guichês de atendimento VIP dos bancos, de preferência nos HSBCs da vida
Por Robert Lobato, administrador e especialista em marketing
Apoiada na grande mídia, nos partidos da oposição, capitaneada pelo PSDB, e nos setores conservadores da sociedade que nunca esconderam antipatia ou mesmo ódio ao PT e as esquerdas de uma forma em geral, a velha direita volta às ruas. Ou ao menos tenta.
A última vez que esse pessoal pegou sol na moleira em manifestação de rua foi 50 anos atrás, para pedir a derrubada de um presidente popular eleito e a tomada do poder pelos militares.
Não é mera coincidência que 5 décadas depois, os mesmos de sempre voltem a chafurdar fundamentalmente com os mesmos objetivos. A diferença é apenas quanto ao ânimo dos generais de hoje, muito mais preocupados com os seus afazeres constitucionais e patrióticos, nos quarteis, do que ouvir a idiotice de pedido de golpe militar.
A direita não sabe ir às ruas, não se sente à vontade com cabelo ao vento. Suar não é seu forte. Sente-se muito mais à vontade no ar refrigerado das praças de alimentação nos grandes shoppings ou nos guichês de atendimento VIP dos bancos, de preferência nos HSBC's da vida.
Quando a direita resolve brincar de exercer a sua cidadania "protestando" contra algo ou "reivindicando" alguma coisa, via de regra é contra pobre, preto, índio, mulheres, gays, trabalhadores em geral e demais segmentos historicamente abandonados pela elite dirigente deste país situada, principalmente, no eixo São Paulo/Rio de Janeiro/Belo Horizonte.
É por isso que as tais manifestações do "15 de março" é só isso: "manifestações do 15 de março".
Não tem identidade, CPF, CNPJ e sequer rosto. Ou melhor dizendo: não tem nada disso de forma velada, mas o brasileiro atento sabe exatamente as várias identidades, CPF's, CNPJ's e rostos que estão por trás das manifestações deste domingo sombrio para a democracia nacional - basta ver as capas das principais revistas do final de semana.
Fonte: Jornal Luzilândia
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