18/03/2015
Após protestos, governo apresenta ao Senado pacote contra corrupção
Governo quer criminalizar o caixa dois e punir com mais rigor os
agentes públicos que enriquecem de forma ilícita, leiloando bens.
O governo federal apresentou ao presidente do Senado um pacote de medidas anticorrupção. Além deste projeto, o Congresso discute a reforma política e as propostas de ajuste econômico.
O ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, amanheceu no Senado para explicar o ajuste fiscal. Reconheceu que há a necessidade de correções na política econômica. E disse que o ajuste é o primeiro passo para o Brasil voltar a crescer.
“Essas ações apesar de terem impactos restritivos no curto prazo, elas são necessárias e são o primeiro passo para a recuperação do crescimento da economia”, disse o ministro do Planejamento.
Na ofensiva do governo para aprovar o ajuste, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, também entrou no circuito. Jantou, na segunda-feira (16), com a bancada do PT na Câmara.
Nesta terça-feira (17), o vice-presidente Michel Temer, do PMDB, abriu o Palácio do Jaburu, onde mora, para que cinco ministros conversassem com os líderes dos partidos que apoiam o governo na Câmara. Os ministros defenderam o ajuste fiscal e o pacote anticorrupção.
No Palácio do Planalto, a presidente Dilma Rousseff discutiu as novas leis de combate à corrupção com o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil.
O pacote do governo foi entregue nesta terça-feira ao presidente do Senado, Renan Calheiros, e será anunciado nesta quarta (18) pela presidente Dilma. O governo quer criminalizar o caixa dois e punir com mais rigor os agentes públicos que enriquecem de forma ilícita, leiloando os bens comprados com o dinheiro da corrupção. O pacote quer, ainda, proibir o financiamento de empresas para as campanhas eleitorais e limitar o financiamento de pessoas físicas.
“Acho que nesse momento é muito importante que nós façamos esse diálogo com as forças políticas do Congresso Nacional, sejam elas governistas, sejam elas oposicionistas, com as forças vivas da sociedade. Esse diálogo ele é muito importante”, disse o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.
Outro tema levantado em resposta às manifestações, a reforma política foi assunto no Congresso. O PMDB mostrou que, mais uma vez, vai jogar a força do partido em uma reforma política própria, que diverge num ponto fundamental do que quer o Palácio do Planalto. O PMDB não aceita o financiamento público de campanha, como defende o PT.
A oposição se reuniu à tarde, mas não quis discutir a reforma política. PSDB, PPS, PSB e Democratas disseram que não há diálogo com o governo.
“É essencial que as oposições continuem reunidas, como nós fizemos hoje, ao longo de todas as próximas semanas, para estarmos avaliando o quadro, avaliando não apenas manifestações, mas avaliando a gravíssima crise na qual está mergulhado o país”, disse Aécio Neves.
O presidente do Senado, Renan Calheiros, culpou o governo e o PT pela demora na aprovação de uma ampla reforma política.
“Fizemos uma ampla, uma profunda reforma há 12 anos, que tramitou rapidamente no Senado e teve muita dificuldade para tramitar na Câmara dos Deputados, mas faltou, sobretudo, nesses momentos, o protagonismo do governo e o protagonismo do PT”, afirmou Renan Calheiros.
O vice-presidente Michel Temer disse que a palavra final será do Congresso.
“Porque o Congresso Nacional é o senhor absoluto desta matéria, ou seja, a reforma política no nosso país vai surgir exatamente em função da atividade do Congresso Nacional”, disse Michel Temer.
Fonte: Jornal Floripa
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Agradecemos pelos comentários e sejam bem vindos.